A mãe de uma das crianças que sofreram violência por parte de uma professora em Camboriú entrou em contato com a equipe de Jornalismo Menina para relatar os maus-tratos que a sua bebê de apenas seis meses sofreu. O caso aconteceu no Centro de Educação Infantil Judite da Rocha Dalago e ganhou repercussão nesta terça-feira, 3, após a professora ser afastada do cargo.
Um boletim de ocorrência foi registrado pela mãe. Segundo o relato, a diretora do CEI a chamou a mãe para uma reunião na Secretaria de Educação na última sexta-feira, 30. Também estavam presentes a coordenadora da rede de ensino e assistente social e psicóloga da própria secretaria.
A equipe de ensino mostrou à mãe as imagens de câmeras de segurança instaladas na sala de aula/berçário. “Toda vez que deito e fecho meus olhos eu vejo aquele vídeo”, afirma a mãe. No vídeo, a professora aparece pegando uma coberta e tentando asfixiar a bebê, além de colocar a chupeta de forma bruta e agressiva na criança.
A mãe detalha ainda que dias antes, a filha estava com um arranhão no lado esquerdo do rosto. Ela relata que, como trabalha em período integral, a criança fica meio período com uma tia e meio período na creche. A tia havia perguntado o que aconteceu após notar o arranhado.
A mãe questionou a professora, que disse que a menina tinha se machucado com a própria unha. No entanto, a mãe relata que corta as unhas da bebê e as mantém curtas. “Ela tem a cicatriz porque foi fundo, não foi um arranhãozinho superficial, tanto é que ficou até a marca”, conta.
Além da marca no rosto, a menina tinha duas marcas roxas na perna esquerda, que a professora não soube explicar, de acordo com a mãe.
Após as agressões, a família optou por tirar a criança do CEI. “Eu como mãe estou arrasada com tudo isso, não quero que ela seja só exonerada da função, ela merece ir presa e pagar, afinal não foi só com minha filha, foram com mais cinco bebês”, lamenta a mãe, que registrou um boletim de ocorrência sobre o caso. Ela foi chamada e irá prestar depoimento à Polícia Civil nesta quinta-feira, 5.
Ao todo, que se tem provas, seis crianças sofreram violência por parte da professora. A profissional já havia sido afastada das atividades e substituída em sala de aula quando as agressões chegaram ao conhecimento dos pais. Outras famílias também registraram boletins de ocorrência.
Apesar de haver câmeras na sala de aula, a mãe relata que a diretora disse que “não tem como ficar 24 horas monitorando.” Segundo ela, a equipe escolar teria investigado as gravações após notarem que a professora passava muito tempo mexendo no celular enquanto estava com as crianças, o que motivou reclamações à Secretaria de Educação, já que a profissional é concursada pelo município.
Nesta terça-feira, 3, a secretária de Educação de Camboriú, Roseli Poltronieri, deu entrevista à Rádio Menina sobre os casos. As agressões teriam ocorrido há mais de 30 dias.
A professora iniciou os trabalhos na rede há cerca de dois meses. Ela foi afastada e além de processos administrativos, também enfrentará processo na esfera criminal.
De acordo com a secretária, essa situação foi relatada pela direção do centro educacional, quando verificou atitudes suspeitas. Com os relatos apresentados, ela foi suspensa de imediato até que os fatos sejam apurados.
“Assim que a gente fez a constatação das suspeitas, eu a chamei para conversar, para ouvir a parte dela. (…) Ela negou várias vezes, mas mesmo assim, a gente optou por mantê-la afastada até que a equipe do jurídico verificasse todos os fatos”, afirma Roseli.
A equipe jurídica da secretaria foi quem verificou as filmagens das câmeras de segurança do Centro de Educação. As imagens foram solicitadas pela mãe ao setor jurídico da prefeitura.
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